segunda-feira, 4 de março de 2013

Norma facilita que casais gays oficializem casamento civil em SP


A partir desta sexta-feira os casais homossexuais que vivem no Estado de São Paulo e querem se casar não precisam mais aguardar decisão judicial para oficializar a união.

A Corregedoria-Geral da Justiça do Estado publicou, em dezembro do ano passado, uma norma que passa a valer hoje onde dá aos casais gays a mesma igualdade nos procedimentos nos cartórios que já são adotados pelos casais heterossexuais. A medida vale para todos os 832 cartórios do Estado.

Até ontem, casais gays que desejassem oficializar a união tinham que ter uma autorização do juiz que fiscaliza cada cartório.

Muitas vezes, segundo a Arpen (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais) de São Paulo, os pedidos eram negados e os casais eram obrigados a entrar com recursos no Tribunal de Justiça. "O que aconteceu é que tudo fica igual. O casal homossexual que quiser casar basta ir até um cartório e levar toda a documentação necessária como qualquer outro casal", explica o presidente da Arpen, Luis Carlos Vendramin Junior.

Com a nova norma, a expectativa é que mais homossexuais procurem os cartórios para o casamento civil. Segundo Vendramin Junior, existe uma demanda reprimida pois muitos casais acham que a celebração depende de autorização judicial.

Desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu, em 2011, equivalência das uniões entre homossexuais e heterossexuais para a formação de uma família, não havia, porém, uma regulamentação dos procedimentos.

CASAMENTOS:

Somente na capital, foram celebrados 108 casamentos homossexuais (86 no ano passado e 22 nos dois primeiros meses deste ano). O primeiro casamento civil gay foi celebrado em 2011, em Jacareí (84 km de SP).

De acordo com a Arpen, os bairros de Itaquera, na zona leste de São Paulo, e de Cerqueira César, na zona oeste, foram os que mais registraram casamentos gays. Em média, diz a Arpen, são realizados cerca de 50 mil casamentos anuais na capital, incluindo os casamentos de heterossexuais. (GIOVANNA BALOGH)

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